Com o aporte da Malwee Malhas, a equipe jaraguaense debutava na competição com uma base de atletas que já vinha dominando o cenário catarinense e reforçada por grandes nomes da modalidade. Entre eles, o goleiro Franklin, os alas Dedé Pará e Sandrinho, o pivô Ortiz, além do técnico Fernando Ferretti.
Todo esse cenário e o clima extonteante acabou se refletindo em quadra. Pior para o União Educacional de Brasília (Uneb), do Distrito Federal, que veio a Jaraguá do Sul e foi a vítima naquele jogo de sexta-feira, às 20h30.
Impulsionada pela torcida que fazia um barulho ensurdecedor nas arquibancadas do acanhando ginásio, a então Malwee/FME não deu qualquer chance ao adversário. Com apenas dois minutos, o time que vestia cinza já fazia 1 a 0, com o fixo Júlio César cravando seu nome na história do clube ao marcar o primeiro gol do futsal jaraguaense na Liga. Ainda antes do intervalo, Xande, hoje técnico do Blumenau, ampliou a vantagem.
Sem poder de reação, a Uneb oferecia poucos perigos à meta de Franklin e ainda viu os donos da casa construírem a vitória em goleada no segundo tempo. Sandrinho e Chiquinho colocaram a diferença em quatro gols. A equipe do Planalto Central chegou a diminuir, com Vinícios, mas Chico fez mais um para os mandantes.
Antes do fim do confronto, os representantes do Distrito Federal ainda desperdiçaram um pênalti, que manteve o placar final de 5 a 1 para a Malwee/FME. Foi naquela noite mágica que o futsal de Jaraguá do Sul escrevia o primeiro capítulo de sua história na Liga Nacional.
De lá para cá, o clube engrandeceu, conquistou quatro títulos da competição e tantos outros em torneios nacionais e continentais, se tornando uma das agremiações mais respeitadas do salonismo brasileiro e mundial.
Cheques pré-datados para participação e campanha
Sem o Juventus, que havia se afastado das competições profissionais, a Associação Desportiva Jaraguá (ADJ), entidade por trás do futsal de alto rendimento na cidade, viu que aquele era o momento certo para atrair a atenção dos torcedores jaraguaenses. Portanto, em 2001, resolveu confirmar participação na Liga Nacional. Sem um grande investidor até então, o clube utilizou cheques pré-datados da conta de um dirigente para estar no torneio.
Caso não encontrasse um patrocinador em tempo hábil, os cheques seriam devolvidos pelo banco e a vaga retornaria à Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), mas isso não precisou acontecer após a Malwee Malhas abraçar o projeto. Com a confirmação da vaga, a equipe de Jaraguá do Sul entrou no Grupo A e enfrentou, em turno e returno, o Vasco da Gama (RJ), Carlos Barbosa (RS), Osasco (SP), Wimpro/GM (SP), Foz (PR) e Minas (MG).
Depois, fez mais 12 partidas, contra os times da outra chave, que eram Ulbra (RS), Flamengo (RJ), Corinthians (SP), Banespa (SP), UCS (RS), Rio Verde (GO). Com 34 pontos somados (9 vitórias, 8 empates e 7 derrotas), a Malwee/FME não chegou nas semifinais, mas já começava a mostrar sua cara no futsal brasileiro, premeditando a grandeza que teria anos mais tarde.
Fonte: Lucas Pavin Jaraguá do Sul | SC/lnf
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