Bruno Taffy carrega de berço uma herança enorme do esporte brasileiro. 
Se cresceu ouvindo histórias de craques cearenses como Gêra e Belfort, 
ou acompanhou de perto as feras Manoel Tobias e Valdin, foi por causa do
 pai, José Benedito, o Bené, que o rapaz se apaixonou pelo futsal. Aos 
31 anos, comemorou mais uma convocação para a seleção brasileira da 
modalidade, desta vez para defender o país na Copa América, a ser 
realizada no Paraguai entre os dias 29 de janeiro e 6 de fevereiro deste
 ano.
 Taffy recebeu a notícia da convocação com surpresa. Confessa, 
inclusive, que não pode sequer compartilhar a notícia por uns dias. De 
folga do time russo que defende, o MFK Tyumen, o cearense estava em solo
 pátrio quando soube que vestiria mais uma vez a camisa da seleção 
brasileira. A última havia sido em 2017, quando ainda jogava pelo Inter 
Movistar, da Espanha.
 Fui pego de surpresa. Tinha tirado uns dias de folga no meu clube 
da Rússia. Fui passar uns dias em Fortaleza. Recebi a notícia eu estava 
no meio da rua, com minha esposa, resolvendo umas coisas. Recebi a 
notícia e foi uma alegria muito grande, fiquei muito emocionado, a gente
 se emocionou junto. Não podia ainda compartilhar com ninguém, o que é 
bem difícil, porque a gente gosta de compartilhar, né? Mas tive que 
esperar alguns dias. Mesmo assim, foi uma alegria muito grande saber que
 eu ia representar o país numa competição internacional – contou.
Quando fala de herança que vem de berço o motivo é óbvio. O pai de 
Bruno, José Benedito, foi craque nas quadras de futsal. O esporte, 
inclusive, que tem vínculo forte com o estado do Ceará, carrega nomes 
poderosos que inspiram Taffy até hoje.
 Inspirações eu tenho muitas. Meu pai jogava futsal quando eu nasci 
no Sumov, um time de muita tradição na época dele. Ele me contava sempre
 histórias de jogadores que eram do Ceará, que eram da seleção 
brasileira. Eu cresci escutando histórias de Gera, Belfort, muita gente 
do Ceará. Depois vi um pouco do Manoel Tobias. Muita gente próxima da 
minha geração, o Valdin, um cara que eu pude conviver, ele é 
sensacional. Tive muitas referências. Mas o cara que me fez apaixonar 
pelo esporte foi o meu pai, que era o cara que jogava e me trouxe pra 
esse universo – afirmou o jogador da seleção brasileira.
O cearense teve a carreira praticamente toda fora do país. Desde 2012
 fora do Brasil, Bruno Taffy foi eleito o melhor jogador da Espanha na 
temporada 2015/16 e chegou a fazer dupla com os craques Falcão e 
Ricardinho. Pelo time russo, o atleta soma quatro gols marcados em seis 
jogos e é o artilheiro da equipe na Liga dos Campeões da UEFA de futsal.
O sonho, claro, é de vestir a camisa da seleção mais vezes. A 
vontade, numa carreira cada vez mais consolidada fora do país, é de um 
dia voltar para o seu país. Quem sabe até vestindo a camisa de um dos 
times da cidade natal.
Eu estou há muito tempo fora, minha carreira foi feita praticamente
 toda fora, mas eu tenho vontade de jogar uma liga nacional, seria 
incrível atuar em uma liga nacional aqui atuando por um time da minha 
cidade, acho que seria o cenário perfeito para voltar ao Brasil. Eu sou 
um cara que valoriza muito as minhas origens, os meus lugares. Acho que o
 cenário perfeito seria assim, voltar para um time cearense e disputar 
uma liga nacional-concluiu.
O pivô se apresentou junto com o restante da seleção brasileira no 
sábado (15) em Gramado, no Rio Grande do Sul. A competição, que será no 
Paraguai, ocorre entre os dias 29 de janeiro e 6 de fevereiro.
Foto:Instagram
Fonte: Juscelino Filho/ GE Fortaleza | CE/ligafutsal.com.br