Aposentado das quadras desde o fim do ano passado, Falcão tem tido uma
rotina agitada. O dia a dia do craque do futsal é dividido entre eventos
dentro e fora do Brasil e jogos festivos. Por enquanto, a cabeça dele
está focada em cumprir com esses compromissos. Mas, no futuro, cogita
retornar à seleção brasileira de futsal. Não como atleta. Mas, sim, como
técnico ou dirigente.
Tem muita coisa minha acontecendo fora do Brasil, isso vem tomando
bastante o meu tempo. Se eu fosse fazer alguma coisa, seria dentro da
Seleção Brasileira, que é uma coisa mais esporádica. Mas claro, tem que
ter abertura de lá, tem que ter o convite de lá, uma série de coisas.
Nesses dois próximos anos, realmente eu não tenho tempo para nada, nem
para pensar nisso. Mas a Seleção, no futuro, fazer parte de alguma
forma, ou como treinador, ou como gestor, ou como diretor, isso faz
parte dos meus planos, sim. A rotina de um clube já não caberia mais,
então uma coisa esporádica como a Seleção seria uma coisa bacana daqui a
três, quatro anos – disse Falcão durante evento de um patrocinador em
São José dos Campos-SP.
Em conversa com o Globoesporte.com, Falcão
também comentou como vê o futuro da seleção brasileira após a
aposentadoria dele, as chances da equipe no Mundial e a luta para
colocar o futsal nas Olimpíadas. Confira abaixo:
Cabeça após aposentadoria
Totalmente
tranquila, tanto que até estava falando com os meus escritórios para
encerrar qualquer tipo de evento até dezembro, que eu não tenho mais
nada para nada, e 50% dos eventos que eu faço é jogando. A rotina está
bem cansativa, acima do que eu esperava, foi uma escolha minha. Então,
sinceramente, se você me perguntar se eu sinto falta, não deu nem tempo
de pensar nisso ainda até porque boa parte dos meus eventos é jogando,
então a gente consegue suprir um pouquinho brincando de vez em quando.
Seleção sem Falcão
Em
termos competitivos, isso não muda. O Brasil continua sendo muito
forte. Mas a gente sabe que tem o lado de venda do esporte. Uma coisa é
aquele público salonista que é um público habitual, que estava antes,
durante e depois do Falcão, mas tem aquele público do domingo de manhã
da TV aberta, quando as pessoas sentavam para ver o Falcão jogar. Pra
mim isso sempre foi muito bom, sempre aproveitei bastante disso, mas
para o esporte é um pouco preocupante. Será que a TV aberta vai ter a
mesma ambição? Porque a gente sabia que tinha um produto que vendia.
Estou falando do Falcão na terceira pessoa.
A gente espera que novos ídolos apareçam, que novas imagens apareçam,
que esses meninos possam ficar no Brasil, o que eu acho que essa foi a
minha grande diferença, de sempre estar aqui. Tinha jogo, eu estava,
Seleção, também, então meu nome foi ficando marcado, ficando firmado. A
gente vê bons nomes aparecendo e logo logo vão embora do Brasil, e aí já
cai no esquecimento do público. Não tem essa afirmação de imagem que eu
tive. Então, isso preocupa, a parte comercial do esporte preocupa
bastante. Agora, sobre competição, competitividade, sobre o sucesso da
Liga de Futsal, isso eu não tenho dúvida que vai continuar.
Mundial de Futsal
O
Brasil vem fazendo grandes jogos. Acho que o Brasil chega no ano que
vem candidatíssimo ao título. O Marquinhos vem fazendo um grande
trabalho, mas o Mundial cada vez está mais difícil, cada vez tem mais
candidatos ao título. O Brasil é uma das seleções candidatas, mas tenho
certeza que a perda no último Mundial, esses amistosos que acaba
perdendo, tomando um susto, só abre o olho para que as coisas aconteçam
da melhor maneira, mas estou bem confiante para o Mundial do ano que
vem.
Futsal nas Olimpíadas
O futsal não é olímpico
porque é um esporte da FIFA. A Copa do Mundo de Futsal é dois ou três
meses depois das Olimpíadas. Qual que é o atrativo para a FIFA abrir
para o esporte estar nas Olimpíadas três meses antes da Copa do Mundo?
Então, teria de ser uma série de interesses, conversar todo mundo, ou a
FIFA mudar a Copa do Mundo de data, ou a Olimpíada de mudar, mas nenhum
dos dois vão ter interesse de mudar. Então, acredito que o sonho
olímpico tanto do futsal quanto do Beach Soccer, que são esportes da
FIFA, fica bem mais difícil. Principalmente o futsal por ser no mesmo
ano das Olimpíadas, é uma das meninas dos olhos da FIFA e ela não abre
mão para que ele seja olímpico.
Fonte: Globo Esporte São Paulo | SP
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