Alguém que não acompanhe muito o futsal pode ter olhado
o camisa 8 do Uruguai contra o Brasil em
Uberaba, Minas Gerais, e comparado: ele é habilidoso, parece um brasileiro
jogando. Não parece, é um brasileiro. O ala Xande tem pai uruguaio, se
naturalizou há alguns anos e agora defende a camisa celeste. Responsável pela
criação de jogadas da seleção uruguaia, o atleta que defende o Corinthians faz
parte do grupo que busca levar o Uruguai à Copa do Mundo em 2020. A última vez
que a celeste disputou uma Copa do Mundo de futsal foi em 2008.
Quando jogava pelo Minas, em 2014, o atleta foi até o
Uruguai disputar uma partida pela Libertadores e recebeu o convite para se
naturalizar. No entanto, vestir a camisa da seleção como jogador, só dois anos
depois: justamente contra o Brasil, em Belo Horizonte, no Desafio Internacional
com direito a gol marcado.
Meu pai é
uruguaio e sempre me acompanhou por todos os jogos desde que eu era criança.
Surgiu o convite de naturalizar, fiz a naturalização até tinha me esquecido,
deixado de lado. No ano passado depois de quando machuquei surgiu a
oportunidade de jogar em BH. Fui com tudo, joguei a Copa América e agora estou
mais uma vez com a celeste. Nosso compromisso é levar o Uruguai ao próximo
Mundial – afirmou.
O pai de Xande, Julio de los Santos é mais que um
companheiro para o filho. Ele aproveita as viagens para ajudar a delegação
uruguaia no que for preciso. Longe do profissionalismo no futsal como existe no
Brasil, segundo Xande, a ajuda dele é muito bem-vinda.
Ele está sempre em todas as viagens e ajuda a
delegação. Porque nós não somos tão profissionais quanto o Brasil. Temos muita
coisa ainda a melhorar e ele vem, ajuda com a experiência que ele tem e tem
sido importante – explicou.
Xande jogou pelo Minas, no Benfica, de Portugal, foi companheiro de Falcão,
Rodrigo e Tiago no Sorocaba e agora veste a camisa do Corinthians. Credenciais
de um ala habilidoso que, durante a partida que terminou com a derrota do
Uruguai, deu caneta, dribla da vaca, chapéu e pedalou. Um toque de equilíbrio
com a força defensiva celeste.
Isso é a essência do brasileiro. Não tem como
perder. Os uruguaios são um pouco mais aguerridos do que eu. Marcam mais
posição e eu tenho que criar as jogadas. Acredito que seja diferente do futebol
uruguaio e faz combinação perfeita – concluiu.
fontePor
GloboEsporte.com, Uberaba, MG
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