Atual campeão da Copa dos Pampas, o paulista Flavio Cavalcanti tem em 2024 o maior desafio da carreira como treinador em solo gaúcho. Depois de deixar a Horizontina no final do ano passado e assinar com o Passo Fundo Futsal, o técnico encara o desafio de comandar uma das quatro melhores equipes do estadual passado e é um dos participantes do inédito Campeonato Brasileiro de Futsal, promovido pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS). A competição está prevista para começar em maio.
Aos
 51 anos, Cavalcanti vive o sonho de trabalhar com a modalidade pela 
qual sempre foi apaixonado. Antes de ter sequência como treinador, 
mergulhou de cabeça no mundo das comissões técnicas como preparador de 
goleiros, nas categorias de base do Palmeiras, em São Paulo. Mais tarde,
 se tornou discípulo do multicampeão Fernando Ferretti, que o convidou 
para ser auxiliar técnico ainda no Jaraguá, em Santa Catarina. 
Com
 Ferretti, falecido em 2023, Flavio Cavalcanti participou do Mundial de 
2004, na Taipe Chinesa (Taiwan), quando o Brasil ficou na terceira 
posição. Leia, a seguir, a conversa de GZH com Flavio Cavalcanti e 
conheça mais sobre a história desse profissional que já se tornou um 
personagem do futsal do Rio Grande do Sul. 
Como começou a sua relação com o futsal? 
A
 minha relação começou desde muito novo, sempre joguei futsal, primeiro 
na escola. Depois joguei em alguns clubes como goleiro. Cheguei a atuar 
na segunda divisão em São Paulo. Depois, sempre tive a vontade de fazer 
carreira no futsal e fui trabalhar em comissão técnica.
Como sua relação com o esporte evoluiu até decidir por seguir a carreira como treinador?
Iniciei
 no futsal como preparador de goleiros, na Sociedade Esportiva 
Palmeiras. Ali foi o meu início. Depois passei pela GM. No Palmeiras, eu
 trabalhava com a categoria sub-20 e com as categorias menores. Na GM, 
também passei pelo sub-20. Em 2001, passei para a Malve, de Jaraguá do 
Sul, como preparador de goleiros. Em 2002, o Ferretti me convidou para 
ser auxiliar dele. Eu também fui auxiliar técnico do Ferretti na seleção
 brasileira. A gente fez o ciclo do mundial de 2004. Em 2005, eu passei a
 ser treinador, sozinho. A minha primeira equipe foi a Ulbra, de Canoas.
 Depois disso, passei por Tubarão, por São Miguel do Oeste, por 
Corinthians, São Paulo, Fortaleza, trabalhei na China, em Cachoeira do 
Sul, em Dracena (SP), no Guarani de Frederico Westphalen. No ano 
passado, trabalhei em Horizontina. Essa é minha carreira, entre outros 
clubes que acabei atuando.
Como você avalia o período em que esteve à frente da Horizontina?
Em
 Horizontina, foi uma experiência muito boa. A gente fez um bom 
trabalho. Cheguei lá com a temporada iniciada, em maio. Desenvolvemos um
 trabalho que encaixou muito rápido. Esse é o grande mérito dos atletas.
 Entenderam e absorveram rápido aquilo que foi passado. Conseguimos 
ganhar a Copa dos Pampas. Em 2023, o saldo negativo foi ter caído de 
forma precoce no Estado, onde tínhamos nos classificado bem, em quinto 
lugar, e a gente caiu de forma precoce no primeiro mata-mata do Gauchão.
Como surgiu o convite para atuar no Passo Fundo Futsal? Recebeu proposta de outros clubes?
A
 proposta do Passo Fundo aconteceu de forma muito rápida. Eu já estava 
de férias, em São Paulo. Foi uma negociação na qual Passo Fundo veio 
muito decidido em realizar essa contratação. A gente chegou a um acordo.
 Eu também teria ainda a multa de Horizontina. Passo Fundo também pagou 
essa multa. Um acerto para duas temporadas em Passo Fundo. 
Como você descreve o seu estilo de jogo? 
Gosto
 das marcações bem definidas. Tem isso muito definido, o jeito de 
defender, mas é uma equipe que joga, que propõe jogo, que sai jogando 
com a bola no chão. Não é uma equipe que fica dando balão. Gosto muito 
de triangulações, jogo de velocidade, de passe e movimentação. Joga 
bastante com passes para frente.
O elenco do Passo Fundo para 2024 está fechado? Você indicou muitas contratações?
O
 nosso plantel manteve a base. Foram colocados, nome a nome, os 
jogadores para que a gente escolhesse junto com a diretoria quem iria 
continuar. A minha ideia e da diretoria era manter a base. Isso é um 
facilitador. Todos os jogadores que chegaram passaram pelo meu aval. 
Essa formação da equipe a gente tem que pensar muito na característica 
de jogador. Penso muito em como esse atleta vai desenvolver aquilo que o
 treinador pretende para a equipe.
No ano passado, o Passo Fundo ficou na terceira colocação do Gauchão. Por que acredita que o time não conseguir ir adiante?
O
 Passo Fundo fez uma ótima campanha na Liga Gaúcha. Chegou entre os 
quatro finalistas. Quando chega nessa fase, todos os times têm condições
 de jogar uma final. Pegou a equipe de Uruguaiana que fez uma campanha 
muito boa, histórica. Acho que a decisão fora de casa fez diferença, se 
não poderia ter ido um pouco mais longe.
Qual é o objetivo do Passo Fundo dentro do campeonato nacional?
O
 Campeonato Brasileiro é uma competição nova. O Passo Fundo deu esse 
passo, de ser uma equipe já consolidada no Rio Grande do Sul e querer se
 tornar uma equipe forte nacionalmente. O Campeonato Brasileiro foi o 
caminho escolhido. Todo mundo está esperando que não seja um nível alto.
 Acho que a gente tem boas estruturas espalhadas pelo Brasil, equipes 
que investem no futsal, bons jogadores. Então, o Campeonato Brasileiro 
vai fazer isso aparecer. A minha expectativa é de chegar longe, de a 
gente chegar entre os quatro. Eu sempre trabalho com essa perspectiva em
 qualquer competição. Se fizermos isso, vamos sonhar em brigar pelo 
título. É uma competição que vai mostrar muito o nível que futsal 
brasileiro tem.
Foto:Rafael Favaro  •  Passo Fundo | RS 
Fonte:Rafael Favaro  •  Passo Fundo | RS/cbfs.com.br

 
Nenhum comentário:
Postar um comentário